Bianca di Morano


Romance.
Editora Movimento, 1999.

Bianca di Morano é história de emigrantes, mas também um romance sobre a luta pela sobrevivência. É, na verdade, uma grande viagem: de povos, de amor, de pessoas, de ideias. Com base em personagens sólidos, o Autor constrói um amplo painel da Itália - mais precisamente do pequeno paese Morano Calabro, no sul do país - no final do século 19 e início do 20: a Unificação italiana, com o final dos reinados, a descida dos piemonteses até o Governo de Roma, a Primeira Guerra Mundial, o surgimento do fascismo e a consagração de Benito Mussolini e, em meio a esses acontecimentos, o grande êxodo, as sucessivas ondas emigratórias que exportaram pobres principalmente para a América, garantindo espaço e trabalho para os que permaneceram.  Nesse turbilhão, surgem Bianca, Vicenzo e Rosalbino, numa diferente história de amor e, ao redor deles, figuras marcantes. Costumes, paixões, vitórias, derrotas, tragédias, esperanças: os componentes da existência humana aparecem relatados com maestria pelo Autor, que avança em sua carreira literária, consolidando seu domínio artesanal e os processos da narrativa.
Em Bianca di Morano, o Autor dá corpo às relações existentes entre duas terras, duas culturas, duas igualdades: Morano Calabro e a América; Morano Calabro e Porto Alegre, relação que se configura, hoje, num fenômeno imigratório único no mundo.
É o próprio Autor quem afirma: ' Esta é uma história de emigrantes, mas não posso afirmar que seja verdadeira. E o que isso importa? A disparidade entre o real e o imaginário é exercício inútil e, se você quiser resgatar o vivido, não logrará sucesso'.

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